sábado, 15 de agosto de 2009

EUA mantêm mais de 700 bases dos EUA no exterior

Divulgação: 15/08 - 14:13 - Leandro Meireles Pinto, do Último Segundo

De acordo com o Relatório Anual de Bases e Estruturas do Pentágono de 2008, os Estados Unidos mantêm 761 bases espalhadas por 39 países, sendo que a maioria está localizada na Alemanha (268), seguida por Japão (124) e Coreia do Sul (87). O número de bases americanas no exterior, no entanto, é ainda maior, uma vez que o relatório do Pentágono não contabiliza as bases em países em guerra com os EUA, como o Iraque e o Afeganistão.

Além dos militares espalhados ao redor do mundo, os EUA também contam com milhares de civis contratados para tarefas de cunho militar. Esses civis são pagos pela Secratria de Defesa do país para fazer tarefas de manutenção nas bases, transporte e outros serviços de logística. "Mas há também os civis que tem atuação militar, os chamados mercenários, e isso é uma outra questão importante que deve ser revista", afirma o professor Shragge.

Após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos mantiveram muitas de suas bases em solo estrangeiro em funcionamento. A Alemanha, país com o maior número de soldados americanos naquela época, ainda hoje abriga centenas de instalações norte-americanas.

Segundo o professor Abraham Shragge, o primeiro objetivo das bases na Alemanha era a ocupação pós-guerra para manter a estabilidade do país. "Após a reconstrução da Europa, as bases foram mantidas na Alemanha por causa da Guerra Frica com a União Soviética. Era preciso medir forças com os russos e manter alguma influência na região", afirmou Shragge. Hoje, as bases dos EUA na Europa servem como posto avançado de operações dos conflitos no Oriente Médio e uma base de influência sobre a África, explica Shragge.

Ainda de acordo com o relatório do Pentágono, há dezenas de bases instaladas no Oriente Médio, onde o país combate em duas guerras – Iraque e Afeganistão. Mas há também um grande número de centros de operação em regiões longe de qualquer conflito, como é o caso da Itália, Dinamarca e Austrália.

"Durante sua campanha, Barack Obama falou muito sobre a desmilitarização dos Estados Unidos e a redução de tropas americanas no exterior. Mas cerca de seis meses após sua posse, ainda é difícil ver alguma ação nesse sentido", afirmou Shragge.

Segundo o professor, a recente acordo militar com a Colômbia mostra que os Estados Unidos continuam vendo os problemas do mundo "de forma militar". "Se nossa política externa continuar baseada na força militar, nós acabamos perdendo nosso rumo. Nós não seremos o exemplo moral que queremos ser no mundo", concluiu.

Leia também:

* Bases dos EUA lembram Guerra Fria, diz assessor de Lula



Leia mais sobre bases na Colômbia

Nenhum comentário:

Paulo Freire

"Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica."

(Pedagogia da autonomia)