quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tecnofobia: diagnóstico, tratamento e profilaxia.


“Quanto a mim, tenho medo de computador, aquela bocarra escancarada pode engolir-me a qualquer instante. Acho que muita gente já foi engolida e ainda não percebeu. Muita garotada, inclusive” (Mino Carta)

Pensando em alguns colegas, após um bate-papo na sala dos professores, é que “saiu” este texto, cuja abordagem central é a “tecnofobia”: aversão aos equipamentos eletrônicos, notadamente, no nosso caso, professores, computadores domésticos e laptops. Ela existe de fato e não é tão incomum encontrar colegas com esta patologia com diagnóstico preciso e profilaxia conhecida.

Iniciando o tratamento, nesta próxima quarta-feira iniciaremos um ciclo de oficinas em que veremos, desde a utilização básica de laptops, passando por montagem de aulas utilizando programas de visualização, acoplando equipamentos diversos como o data-show, amplificador, dvd e tv, assim como a produção, publicação e edição de vídeos realizados com filmadoras digitais e telefones celulares.

Como a formação continuada na própria escola redunda benefícios conhecidos por todos (CANDAU, Vera Maria. Magistério: construção cotidiana, pág. 51), a idéia que surgiu em nossa conversa informal foi que deveríamos começar “ontem” utilizando tanto a sala de vídeo, quanto o Laboratório de Informática do Barão (LIB).

A programação, para os 2 primeiros encontros, de duas horas cada, é uma síntese do kit representado pelos cds - (Educação para um Rio Digital),que acompanharam os notebooks, consignados aos professores, além dos cursos de Informática Educacional A e B, e o de utilização de notebooks, ministrados presencialmente em nosso respectivo Pólo de Tecnologia Educacional (http://www.cted.educacao.rj.gov.br/), além do material em mídia digital do Programa de Formação Continuada Mídias na Educação (SEED/MEC).

Para a multiplicação de conhecimentos, contaremos com o auxílio de colegas (que já “apanharam” bastante) apresentando-se como orientadores voluntários para ministrar estas mini-oficinas, às quartas-feiras após o intervalo das aulas.

Isto tudo para enfrentarmos a tecnofobia, um dos temas de discussão em fórum do curso de Pós em TICs e Mídias (UFRRJ/e-proinfo), assim como o de extensão do Cecierj/Cederj, edições 2007/2008.

Sabemos que muitos perdem oportunidades excelentes de, não só dinamizar suas aulas, como, também, de terem facilitada a tarefa da preparação de aulas, projetos e trabalhos com a utilização da informática educativa (InfoEduc).

Veja o que Alípio Gama Veiga Neto, em sua dissertação de mestrado, coloca:


“A maior dúvida, no entanto, parece estar no porquê de certas pessoas, adultos formados em nível superior e ocupando cargos que exijam competência intelectual, apresentarem resistência quanto à utilização produtos tecnológicos em sua vida profissional e pessoal. Quais os fatores psicológicos que estariam presentes a ponto de as impedirem quanto à realização de tarefas que seriam melhor executadas, por exemplo, com o auxilio da informática? Qual a interferência dos processos educativos, a que se submeteram, na utilização de novas tecnologias para a melhoria de sua vida profissional?
http://www.veiga.net/tecnofobia/

Alguns colegas quando vão projetar um filme em dvd encontram-se em dúvida cruel: usar o que já conhecem (o tradicional aparelho de dvd acoplado a um aparelho de TV) ou uma mídia convergente do tipo laptop plugado em um data-show com som amplificado, em que tanto o filme quanto as operações de um computador com acesso a internet poderiam enriquecer a aula.

Isto quanto não pedem auxílio a alguém. Não que isto não seja correto, mas, o ideal é que tenhamos autonomia para a utilização de toda a mídia que (graças a Deus) nossa escola dispõe.

Além dos textos disponibilizados na barra lateral -Oficina de Mídias - (aí ao lado), há, também alguns filmes no link abaixo, divulgado no I Congresso de Tecnologias na Educação, de 27 a 31 de outubro de 2008 (http://www.youtube.com/watch?v=08rVXi55yjE) que servirão de base para o nosso primeiro encontro, no dia 05/11/2008.

Leia os textos, assista aos filmes e deixe um comentário neste blog sobre a sua experiência com as tecnologias, dando idéias sobre o que podemos fazer para “vencer” estes medos, enriquecendo esta proposta inicial.
Até quarta!


Rοiτ®

3 comentários:

JC Roitberg disse...

Lei autoriza ensino médio a distância em SP
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo

Uma nova legislação educacional em SP, publicada na sexta-feira, permitirá que escolas de ensino médio do Estado ofereceram até 20% da carga horária na modalidade a distância.


A deliberação foi aprovada pelo Conselho Estadual de Educação e homologada pela titular da área do governo José Serra (PSDB), Maria Helena Guimarães de Castro...

Sérgio disse...

Bem acredito que quando o governo estadual distribui "laptops" para os professores, quase que como "concessionários" destes equipamentos a intenção é diminuir essa tecnofobia. Mas será que a prioridade lógica foi respeitada. Não seria mais racional equipar ainda mais as salas de informática existentes nas escolas (e construir as mesmas nas unidades escolares que onde não existissem) com pelos menos 40 computadores cada sala e uma quantidade de instrutores que fosse possível esse espaço funcionar os três turnos todos os dias letivos sem dificuldades? Assim cada unidade escolar seria um real polo digital pedagógico que teria uso constante da comunidade escolar entendida tanto como os servidores como os alunos. O professor usar um laptop "emprestado" pelo Estado não resolve as deficiências existentes hoje na educação tecnológica das escolas estaduais. O Estado começou pelo final. Inverteu a lógica. Primeiro era preciso fazer das salas de informática das escolas um espaço de plena utilização docente e discente. Foi esse um das motivações que entendo importantes para justificar minha posição de recusar o laptop estadual da mesma maneira que, caso venha o laptop municipal, ter a mesma atitude de recusa. Abraços, Sérgio.

JC Roitberg disse...

Amigo, tenho minhas dúvidas se atitudes como estas, de maneira isolada, obtêm algum eco, redundando em benefício. Enquanto protesto, entendo e aceito perfeitamente, entretanto, não sei até que ponto isto seria suficiente para a sensibilização necessária para o que você pondera. Claro que, oferecer condições para que cada um de nós possa comprar, a seu gosto, seu laptop e ter total liberdade de configurá-lo como quiser, baixando e instalando os programas de acordo com seu perfil e suas necessidades é o ideal. Além disto, é necessária a oferta de oficinas para uma efetiva alfabetização digital, tanto em nosso horário de trabalho, quanto em nossa unidade de ensino, somando-se a isto tudo o que você disse. Daí, sim, nenhum colega precisaria dividir suas turmas para a utilização do laboratório de informática, colocando - no mínimo - 4 alunos por máquina dispensando atenção a todos. Indo um pouco mais a frente, o que eu vejo nas escolas onde trabalho, ou é uma subutilização dos laptops, quando levam para a escola (a despeito dos riscos...) ou, no máximo, a utilização somente para fins particulares. Desta forma, compreendo não se tratar de aversão à máquina e, sim, uma falta de orientação de como estes equipamentos podem nos ajudar, não só no planejamento de estratégis de projetos integrados onde todo o potencial das TICs venham a tirar um pouco de nossa "carga" de trabalho, como, também, liberando-nos para o nosso objetivo maior: auxiliar nossos alunos em seu desenvolvimento integral, economizando um precioso tempo dispensado em ditados, preenchimento do quadro com teorias, ou, sem contar com as atividades burocráticas, como preencher diários, lançar notas, médias, percentual de freqüência...
Amigo, não dá pra colocar o laptop debaixo do braço e, com o outro, levantar a bandeira ?! rssss
Abçs
Rοiτ®

Paulo Freire

"Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica."

(Pedagogia da autonomia)