quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Avaliação: um ato de amor


Anúbis: o Supremo Hierarca do Carma. Em um dos pratos da balança, suspende uma pena e, no outro, um coração. Quando do Grande Julgamento (nosso derradeiro C.O.C), que nossos corações estejam tão pesados quanto esta pena!

Com a proximidade dos trabalhos de avaliação, representados por testes, trabalhos em grupo, provas e outros mais, pensamos ser necessária uma reflexão a respeito do que, para cada um de nós, representa avaliar o nosso aluno.

Acredito que uma releitura da obra do prof. Cipriano Carlos Luckesi, à luz de toda a nossa experiência, é uma oportunidade de nos permitirmos uma parada para tomada de fôlego e correção (se necessária) de rumos de nossa prática docente.


Diz o professor, em seu livro Avaliação da Aprendizagem Escolar:

"Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, que então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. A avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção (que obrigatoriamente conduz à exclusão). O diagnóstico tem por objetivo aquilatar coisas, atos, situações, pessoas, tendo em vista tomar decisões no sentido de criar condições para a obtenção de uma maior satisfatoriedade daquilo que se esteja buscando ou construindo.

Transportando essa compreensão para a aprendizagem, podemos entender a avaliação da aprendizagem escolar como uma ato amoroso, na medida em que a avaliação tem por objetivo diagnosticar e incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida.


A prática de provas e exames exclui parte dos alunos, por basear-se no julgamento, a avaliação pode incluí-los devido ao fato de preceder por diagnóstico e, por isso, pode oferecer-lhes condições de encontrar o caminho para obter melhores resultados na aprendizagem.

Simbolicamente, podemos dizer que a avaliação, por si, é acolhedora e harmônica, como o círculo é acolhedor e harmônico. Quando chamamos alguém para dentro do nosso círculo de amigos, estamos acolhendo-o. Avaliar um aluno com dificuldades é criar a base do modo de como incluí-lo dentro do círculo da aprendizagem; o diagnóstico permite a decisão de direcionar ou redirecionar aquilo ou aquele que está precisando de ajuda." (Luckesi 2005, pág. 173.)


Rοiτ®

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Paulo Freire

"Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica."

(Pedagogia da autonomia)