Quando eu falo e grito com a minha alma, pixo e digito com as minhas tags, sonho e construo com o meu coração sobre a urgência na formação de “coletivos”, estou me referindo à ocupação de todo e qualquer espaço onde nossa voz, os anseios, utopias e frustrações do professor possam ecoar.
Daí que, em minhas aulas, nas pesquisas que desenvolvo e em minha prática, entendo que a mídia digital vem se mostrando enquanto um dos mais eficazes suportes para que muitos conheçam o “por detrás dos discursos”, o que escondem as políticas públicas em educação, a fragilidade do reino de papel, do reizinho da Rute Rocha; a legislação a serviço da manutenção do sistema e as ações que transformam tudo em mercadoria - bonitinha - pro cidadão achar que está tudo melhorando, com as escolas recebendo computadores, ar condicionado, diários virtuais, identificação por chip, uniformes padronizados pra todo estudante da rede, bilhete único integrando todo o transporte carioca...
Em seu blog “Diário do Professor”, há matérias daquelas que nos trazem autênticas inquietações e, dentre elas, como tenho pesquisado para um artigo, exatamente a formação do professor para o uso das TICs relacionando-a às ações verticalizadas das secretarias de educação e a formação de “coletivos digitais”, colhi este texto, da lavra do colega, que vale à pena ser lido na íntegra.
O título - instigante, diga-se de passagem - é “quem tem o dever de educar o cidadão? - do qual destaco alguns trechos de uma resposta do autor sobre a possibilidade (ou não) do papel "deseducador" da tv brasileira, justifica o convite para a leitura integral, em que se lê:
“A “responsável pela formação da audiência do Big Brother e eteceteas de mesmo calibre” não é a escola.
É a Justiça brasileira (no sentido amplo englobando todos os setores do poder judiciário), onde todas as injustiças começam.
É a justiça que não faz a sua parte fazendo-se cumprir as leis, mandando as emissoras de tv tv se comportarem como devem se comportar as concessões públicas; não colocando na cadeia os políticos que não cumprem a lei de responsabilidade fiscal e que não investem em educação o mínimo que a lei exige, que roubam o dinheiro que deveria ser investido na educação do povo.
(...)
É muito fácil culpar-se a educação quando não se dá à escola (e aos profissionais da educação) condições de atuar decentemente. Lembrem-se: não ganhamos nem um décimo do que ganha um juiz ou um promotor ou mesmo um advogadozinho de porta de cadeia – e nem o que ganham os políticos desonestos – pleonasmo – que a justiça teima em não colocar na cadeia ou insiste de tirar de lá o mais rápido possível, quando vão. Ah, também não temos em nosso trabalho as dezenas de aspones que esses sujeitos-de-bem têm.
É muito fácil colocar a culpa na escola que deveria educar mas não educa, tendo a escola, contra ela, a sociedade inteira deseducando.
Este, entendo, é um exemplo de ocupação do espaço midiático por ações deflagradoras de atitudes que possam resultar em transformações sociais. Daqueles textos que seguem feito corrente, alastrando-se - do e-space para a realidade historicamente percebida -, pras diversas realidades com que travamos contato.
Rοiτ®
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